O Conselho das Finanças Públicas (CFP) aponta para um abrandamento do ritmo de crescimento do produto interno bruto (PIB) real para 4,8% este ano e para 2,8% em 2023.
As perspetivas foram divulgadas no relatório “Perspetivas Económicas e Orçamentais 2022-2026”, onde a instituição liderada por Nazaré Costa Cabral, projeta ainda um cenário adverso onde o choque no preço dos bens energéticos e de outras commodities seria mais persistente levando a uma disrupção no fornecimento das matérias-primas por parte da Rússia à Europa. Neste cenário, o ritmo de crescimento do PIB poderia abrandar para 3,5% este ano e para 2% em 2023.
“Com base na informação disponível, são ainda de difícil mensuração os efeitos das sanções económicas impostas à Rússia, com impacto significativo no preço dos bens energéticos e de outras commodities e consequente efeito adverso no crescimento das economias dos principais parceiros económicos de Portugal”, lê-se na nota.
O CFP diz ainda que, no mercado de trabalho, perspetiva-se um perfil de redução gradual da criação de emprego, para 1,1% em 2022 e 0,3% em 2023, “em linha com a dinâmica de recuperação esperada da economia”. Trajetória que deverá ser acompanhada pela taxa de desemprego, diminuindo para 6,4% em 2022 e 6,1% em 2023.