O saldo das administrações públicas em contabilidade pública melhorou, em janeiro, 1085 milhões de euros face a 2021, atingindo 1834 milhões. "Esta evolução resultou do crescimento da receita (+17,3%) ter ultrapassado o da despesa (+1,1%), tendo a despesa primária aumentado 1,4%", referiu o ministério de João Leão, acrescentando que "o forte crescimento da receita reflete o bom momento da economia e do emprego".
A despesa total com apoios ascendeu a 237 milhões de euros, destacando-se os apoios aos rendimentos das famílias (124 milhões de euros) em particular associados ao subsídio de doença (43 milhões de euros), isolamento profilático (37 milhões de euros) e apoio extraordinário ao rendimento dos trabalhadores (22 milhões de euros).
O gabinete de João Leão destacou ainda para os apoios às empresas que agiram 62 milhões de euros, em particular no âmbito dos custos com trabalhadores (38 milhões de euros) e custos fixos das empresas ao abrigo do programa APOIAR (13 milhões de euros), e para o financiamento do setor da saúde (41 milhões de euros).
Receita fiscal e despesa também crescem
A receita fiscal cresceu 19,2% face ao mês homólogo, tendo inclusivamente ultrapassado o registado no mesmo período pré-pandemia (janeiro de 2020). "Destaca-se a evolução do IVA (+38,6%), do IRS (+ 5,9%) e do IRC (+ 65,1%). As contribuições para a Segurança Social aumentaram 5,5% em resultado da evolução favorável do mercado de trabalho".
A despesa com salários na administração central e Segurança Social aumentou 3,2%, refletindo o impacto dos aumentos salariais e das valorizações remuneratórias com particular impacto nas escolas (+4,9%) e no SNS (+4,9%) refletindo o reforço do número de profissionais de saúde que registou um aumento de 1,2% (+1 753 trabalhadores) em termos homólogos.
"A despesa do SNS apresenta um crescimento de 0,5% influenciada pelo efeito base de 2021 que incorpora transferências para a DGS para financiamento de vacinas, dispositivos médicos para a vacinação e medicamentos. Excluídas as transferências, a despesa do SNS cresce 5% refletindo para além da componente dos salários, as aquisições de bens e serviços (+6,7%) em resultado do maior volume de testes covid".
Já a despesa realizada pela Segurança Social aumentou 4,3% devido ao impacto das medidas extraordinárias de apoio (+38,6%) e aos acréscimos nas prestações sociais excluindo pensões (+9,5%), destacando-se o subsídio por doença (+127,2%) e as prestações de parentalidade (+36,1%). O investimento público cresceu 21,4% excluindo PPP, refletindo o plano de investimentos Ferrovia 2020 e a beneficiação e modernização de material circulante a cargo da CP.
Os mesmos dados indicam ainda que em janeiro o stock de pagamentos em atraso foi de 409 milhões, traduzindo uma redução de 45 milhões face a igual período homólogo explicada em grande medida pelo contributo da administração regional (-27 ME) e das empresas públicas (-11 milhões).