É oficial: os 129 jogadores estrangeiros que atuam no campeonato russo – bem como os 95 internacionais que jogam no campeonato ucraniano – têm luz verde da FIFA para rescindir contrato com os seus clubes, unilateralmente e “sem enfrentarem quaisquer consequências legais”, podendo assim procurar um lugar noutro emblema profissional. Para tal, o organismo que rege o futebol mundial decidiu abrir uma janela de transferências excecional. Assim, os jogadores estrangeiros na liga russa e ucraniana têm até 7 de abril para rescindir contrato e assinar por outra equipa, que poderão representar até 30 de junho. Neste âmbito, cada clube poderá apenas registar dois jogadores ao abrigo desta exceção, de forma a “salvaguardar a integridade das competições”.
A FIFA, em comunicado, esclarece que em causa estão “regras temporárias que tratam da situação excecional decorrente da guerra na Ucrânia”, obrigando – “temporariamente” – à alteração do regulamento sobre o Estatuto e a Transferência de Jogadores para “fornecer segurança jurídica e clareza” sobre situações desta natureza. A resposta conjunta da FIFA e da UEFA procura, assim, abrir caminho para dar uma maior estabilidade aos futebolistas e treinadores estrangeiros que estejam empregados nestes dois países, no âmbito do clima de guerra que se vive na Ucrânia.
Recorde-se que, por exemplo, os treinadores alemães Daniel Farke e Markus Gisdol já deixaram os seus clubes na Rússia, respetivamente o Krasnodar e o Lokomotiv de Moscovo. Na Ucrânia, por outro lado, o campeonato nacional está suspenso devido à invasão russa.
A FIFA “isenta os menores refugiados da regra que impede a transferência internacional de jogadores antes dos 18 anos”, de forma a não deixar ninguém de fora desta ‘bolha de oxigénio’ para os profissionais da modalidade a atuar naqueles países.