Marcelo Rebelo de Sousa defendeu esta terça-feira que Ucrânia, Rússia, Estados Unidos da América e União Europeia ganham com a paz e manifestou-se confiante numa "solução racional" para a crise que está a aumentar entre Rússia e Ucrânia.
O Presidente da República assumiu a sua posição durante uma conversa com estudantes do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) da Universidade de Lisboa, que contou com a presença de Borut Pahor, Presidente esloveno, também ele otimista da via diplomática.
"Para todos eles, para a Federação Russa, claro para a Ucrânia, para os Estados Unidos [da América], para a União Europeia, para todos, a paz é a melhor saída, para todos eles. Por vezes no início de um diálogo para alguns o conflito parece ser a melhor solução. Não é o caso. Neste caso a melhor solução para cada um deles é a paz", afirmou o chefe de Estado português. Assim, sendo é "uma situação em que todos, todos ganham", e em que "a alternativa é uma situação em que todos, todos, perdem", o Presidente defendeu a sua convicção de que "vai acontecer, não a irracionalidade, mas a racionalidade".
Com a pandemia de covid-19 "o medo, a ansiedade, desentendimentos, falta de diálogo entre o poder e os cidadãos, entre os cidadãos criaram alguma irracionalidade", disse ainda Marcelo, mas que nesta crise tem havido "tempo suficiente para compreender a racionalidade, o que torna mais fácil encontrar uma saída racional".
Depois de ouvir o seu homólogo esloveno declarar que é possível sustentar uma via diplomática e, portanto, pacífica, o Presidente português falou aos estudantes sobre a importância de "compreender as diferenças".
"Há sempre uma saída, sempre. Requer paciência, diálogo, compreender as diferenças. É tão importante na vida do dia a dia compreender a diferença entre nós e os outros, somos diferentes, todos nós, na nossa vida diária temos de viver com pessoas que pensam de modo diferente, amam de modo diferente, têm emoções diferentes, nas nossas famílias, com os nossos amigos, e precisamos de os aceitá-los como são e eles precisam de nos aceitam como somos", disse Marcelo Rebelo de Sousa aos alunos.
Borut Pahor perguntou, no final da conversa, quem é que na assistência estava pessimista em relação à situação na Ucrânia. "Toda a gente está otimista? Partilho a vossa visão".